O real digital: Será o fim do dinheiro em espécie?

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Você sabe o que o Bitcoin, Ethereum, Binance coin, Cardano e o Real digital têm em comum? Todas elas são moedas digitais, melhor dizendo, elas são as criptomoedas, ou seja, moedas digitais e que não necessitam de um banco para que as suas transações possam ser realizadas. Além disso, também possuem um sistema de registro de dados bem particular e seguro, como os chamados blockchains.

 

As moedas digitais e o universo das digitalizações dos meios de pagamento já vem tomando espaço no mercado há algum tempo.  Aqui no Brasil, temos o exemplo da dominação do uso do Pix como uma forma de pagamento preferida dos brasileiros, atualmente ele possui mais de 144 milhões de usuários, conforme os dados do Diretório de Identificadores de Contas Transacionais – DICT.

 

A movimentação em prol da digitalização e intensificação do uso da tecnologia se fez mais presente nos últimos anos e por isso a criação do Real Digital se tornou algo tão atrativo e esperado pelo público. Apesar de toda essa movimentação, uma grande questão paira sobre os empresários, afinal, o Real Digital vai substituir o dinheiro em espécie? Neste artigo, nós esclareceremos esse e outros pontos importantes.

 

O que é o Real Digital?

 

O Real Digital é a proposta, já em fase de testes, do Banco Central do Brasil (BCB), de uma moeda digital que possui o lastro na moeda em espécie que já se utiliza no dia a dia. Com sua criação, o Brasil se tornaria um dos primeiros países no mundo a ter a sua própria moeda digital oficial. 

 

O modelo de criptomoeda visa trazer uma melhor dinâmica entre as transações eletrônicas e terá uma mecânica de funcionamento a qual não será necessário que exista um intermediador nas transações. Portanto, não há necessidade de uma instituição financeira fazer o processo, pois o dinheiro será armazenado em carteiras eletrônicas, também chamadas de Wallets. 

 

As especificações de funcionamento estão sendo trabalhadas pelo BCB e devem seguir as diretrizes discutidas pelos grupos envolvidos no projeto. O BCB, em outros momentos, já deixou claro que o principal objetivo é que a criptomoeda brasileira seja segura, eficiente e acessível. Além de poder ser usada em diversas plataformas de maneira tranquila. 

 

Veja abaixo quais são as Diretrizes do Real Digital:

  • Ênfase no desenvolvimento de modelos inovadores com a incorporação de tecnologias, como contratos inteligentes (smart contracts) e dinheiro programável, compatíveis com liquidação de operações por meio da “internet das coisas” (IoT);
  • Foco no desenvolvimento de aplicações online, mantendo em vista a possibilidade de pagamentos offline;
  • Emissão do Real Digital pelo BCB, como meio de pagamento, a fim de dar suporte à oferta de serviços financeiros de varejo liquidados por meio de tokens de depósitos em participantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB);
  • Aplicação do arcabouço regulatório vigente às operações realizadas na plataforma do Real Digital, evitando assimetrias regulatórias;
  • Garantia da segurança jurídica nas operações realizadas na plataforma do Real Digital;
  • Observância a todos os princípios e regras de privacidade e segurança previstos na legislação brasileira, em especial na Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 (sigilo bancário), e na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais); 
  • Desenho tecnológico que permita integral atendimento às recomendações internacionais e normas legais sobre prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa, inclusive em cumprimento a ordens judiciais para rastreamento de operações ilícitas; 
  • Adoção de solução tecnológica baseada em DLT que permita: 
  • registro de ativos de diferentes naturezas;
  • descentralização no provimento de produtos e serviços;
  • interoperabilidade com sistemas domésticos legados e com outros sistemas de registro e transferência de informação e de negociação de ativos digitais regulados;
  • integração a sistemas de outras jurisdições, visando à realização de pagamentos transfronteiriços.
  • Adoção de padrões de resiliência e segurança cibernética equivalentes aos aplicáveis a infraestruturas críticas do mercado financeiro.

Fonte: BCB

 

Quando o BCB quer lançar o Real Digital?

 

O processo de elaboração da Moeda Digital já vem sendo construído desde agosto de 2020, data a qual as discussões e iniciativas sobre a possível emissão de uma moeda digital pelo Banco Central (BC) tiveram início. Após esse processo tudo começou a ganhar corpo e em maio de 2021 as primeiras diretrizes foram criadas. Em fevereiro as diretrizes foram revisadas, pois passaram por alinhamento junto ao setor privado e a academia, onde foram analisados diversos fatores.

 

A partir de março, começaram os testes com uma plataforma para operações com o Real Digital, a plataforma  “Piloto RD”, já está alinhada com as novas diretrizes. Após os testes, a  ferramenta deve chegar para os correntistas no fim de 2024, quando começará a receber depósitos tokenizados, que nada mais são que depósitos de ativos reais convertidos em digitais.

 

Como ele causa impacto na sua vida?

 

O Real Digital possui um potencial de grande transformação nas rotinas dos brasileiros, principalmente daqueles que são empresários. Afinal, o processo de digitalização dos meios de pagamento causa grande impacto na forma como as empresas oferecem seus serviços e como elas recebem seus pagamentos, pois além dos investimentos tradicionais, focar em tecnologia financeira se torna uma necessidade e não um diferencial.

 

Um ponto a ser levantado é a importância das empresas profissionalizarem a gestão de seus recebimentos digitais desde agora, evitando perdas por falta de conciliação do contas à receber. Se atualmente a maior parte dos pagamentos já ocorrem através de meios digitais, imagine nos próximos 3 anos!

 

Será o fim do dinheiro em espécie?

 

O objetivo do BCB não é criar moedas que concorrem entre si, mas criar uma moeda alternativa que esteja em funcionamento concomitante ao dinheiro em espécie.  Ou seja, não há foco em obrigar que todas as pessoas utilizem a moeda digital, até porque nem toda a população possui acesso a tecnologias que possibilitem a utilização das carteiras digitais.

 

Deste modo, podemos entender que não será o fim do dinheiro em espécie, mas podemos sim entender que, assim como o Pix, o Real Digital possui um grande potencial de ganhar o coração dos brasileiros. Segundo relatório da consultoria AppAnnie, em 2021, usuários no Brasil passaram, em média, 5,4 horas por dia no smartphone, o que fortalece ainda mais a possibilidade de uso do Real Digital.

Sua empresa está sendo preparada para o futuro?

 

Agora que você sabe que o Real Digital não irá extinguir o uso do dinheiro em espécie, mas que ele tem um potencial considerável em transformar tudo o que hoje conhecemos como formas de pagamentos. Você percebe a necessidade de preparar a sua empresa para estas mudanças? 

 

A Gold Soluções é uma Fintech especializada em ajudar empresários na conciliação de seus recebimentos digitais, através de tecnologia, assessoria financeira e auditoria de recebíveis em cartões e vouchers. 

 

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