Entenda como a sua empresa é afetada e como se organizar para evitar problemas com fraude no cartão de crédito.
Durante o primeiro semestre de 2022, foram movimentados cerca de R$ 1,6 trilhão em compras efetuadas por meio de cartões de crédito, débito e pré-pago, é o que apresenta o Balanço do setor de meio eletrônicos de pagamento da Abecs. O crescimento representa um aumento de 36,5% ante o período anterior, sendo um aumento de 42,2% no valor transicionado por meio de cartões de crédito, sendo ele de R$ 1 trilhão, somando 8,8 bilhões de transições.
Conforme apresenta o Relatório de Economia Bancária, publicado pelo Banco Central do Brasil (BCB), o “cartão de crédito é bastante utilizado no Brasil, sendo aceito em diversos estabelecimentos como meio de pagamento. Em 2021, aproximadamente 65 milhões de cidadãos (quase 40% da população adulta) realizaram mais de 200 milhões de operações mensalmente”.
Esse número representa uma fatia importante da movimentação financeira no mercado, sendo inevitável a conclusão que é inconcebível mercado sem este meio de pagamento. Deste modo, os cartões de crédito são, ao mesmo tempo, um dos principais vilões e amigos dos consumidores e dos estabelecimentos comerciais, isso devido à facilidade de efetuar compras, ter benefícios com milhas, obter crédito e outros.
A substituição do dinheiro pelo uso dos cartões faz com que empresas fiquem atentas aos golpes que, apesar de afetarem muitos consumidores, impactam diretamente no financeiro das empresas. Confira a seguir quais são as fraudes no cartão de crédito, como sua empresa é afetada e como se organizar para evitar cair nestes golpes.
4 principais fraudes no cartão de crédito
Conforme vimos anteriormente, o número de transições por meio do uso de cartões é muito alto, logo, é algo que desperta a atenção dos golpistas e atrapalhado a vida de muitas pessoas. Para que se entenda como evitar ser impactado por uma fraude no cartão de crédito, é necessário que se conheça quais são eles. Abaixo você verificará quais são os 4 mais comuns, mas lembre-se que surgem sempre novos tipos e manter vigilante é necessário.
Clonagem de cartões: Talvez este seja uma das mais conhecidas formas de fraudes em cartões de crédito que, apesar de terem seus casos reduzidos nos ultimos anos, ainda acontecem em menor número. Basicamente, acontecem a partir da inserção de um skimmers (chupa-cabra) em uma das maquininhas de cartões e, assim, são roubados os dados dos consumidores.
Geradores de números de cartões: consiste em ferramentas que geram diversas sequencias e combinações numéricas até que uma delas cheguem a um cartão de crédito válido, resultado em uma fraude do cartão.
Roubo de dados por telefone, mensagens e/ou links maliciosos: este é outro modelo bem conhecido. Consiste em ligações, envio de mensagens ou solicitação de acesso a links maliciosos realizadas por golpistas. Nese modelo, eles simulam procedimentos de segurança ou se passam por alguma instituição financeira, criando situações em que solicitam os dados sensíveis aos portadores dos cartões. Com estes dados em mãos, os golpistas conseguem efetuar comprar pela internet com muita facilidade.
Chargeback: utilizado como uma ferramenta de contestação legal de cobranças erradas, o chargeback também é usado como uma forma de dar golpes. Onde os golpistas efetuam compras mal intencionadas e solicitam o estorno, alegando clonagem ou outro problema, assim, ficam com o estorno e o objeto comprado.
“Art. 5º O fornecedor deve informar, de forma clara e ostensiva, os meios adequados e eficazes para o exercício do direito de arrependimento pelo consumidor.
[…]
3º O exercício do direito de arrependimento será comunicado imediatamente pelo fornecedor à instituição financeira ou à administradora do cartão de crédito ou similar, para que: 101
I – a transação não seja lançada na fatura do consumidor; ou
II – seja efetivado o estorno do valor, caso o lançamento na fatura já tenha sido realizado.”
(Decreto n° 7.692, de 15 de março de 2013; Código de Proteção e Defesa do Consumidor.)
Impactos da fraude do cartão de crédito no seu negócio
Agora que você já possui clareza de quais são os números, a importância e o quais são os tipos de golpes aplicados no âmbito do uso dos cartões de crédito, é interessante de façamos uma análise dos efeitos que podem ser causados por eles na sua empresa.
Apesar das instituições responsáveis pelas transições financeiras no país regularmente organizarem e criarem formas de combater as fraudes, porém, nem sempre é possível manter o sistema seguro.
Deste modo, as transições de cartão de crédito por si só são plausíveis de falhas, porém quem pagará pela falha? O seu cliente? A sua empresa?
Segundo o que determina o Código de Defesa do Consumir(CDC), art. 42, o consumidor possui resguardo das compras indevidas, podendo solicitar ressarcimento daquilo que o afetou. Entretanto, empresas podem acabar ficando com o ônus da situação.
“Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”
(Seção V, Da Cobrança de Dívidas, Art. 42, Código de Proteção e Defesa do Consumidor.)
Os empresários possuem uma dificuldade maior na hora de se organizarem para não sofrerem baixas devido aos golpes, pois, apesar de terem leis e órgãos que os auxiliam no combate a estes problemas, a preparação deve ser interna.
Portanto, para que seu empreendimento não sofra com recorrentes golpes, é papel da empresa fazer o monitoramento das vendas realizadas por meio de cartões, assim, podendo recorrer antes que afetem o caixa da empresa.
Por isso, para manter sua empresa sempre bem controlada e o mais longe possível dos problemas causados pelos fraudadores de cartões de crédito, o ideal é que você tenha sistemas de gestão financeira e conciliação de cartões. A partir deles, a visão das suas vendas será muito mais ampla, dando margem para evitar problemas causados por fraudes e que podem ser resolvidos com as partes conectadas às vendas.